25/07 – Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

25/07 – Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

O 1º encontro de Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas aconteceu no dia 25 de julho de 1992 na República Dominicana. Essa é uma data comemorativa reconhecida pela ONU, em que é validado o sentido e o compromisso com as diretrizes dessas mulheres. Além disso, dia 25 de julho é também o dia nacional de Teresa de Benguela, mulher negra e quilombola, que, no cenário nacional, comandou movimentos de resistência ao governo escravista, assim como defendia e difundia as ideias que depois se consolidaram como diretrizes do encontro de 1992. Ela era reconhecida como Rainha Tereza!

Não se resume a apenas resgatar a história: tornar essa data orgânica para a Gestalt-terapia é uma urgência necessária! Trata-se de pensarmos seriamente nos efeitos negativos do racismo estrutural, recreativo e institucional, do machismo e da misoginia em uma sociedade branca e patriarcal, bem como combatê-los por meio de ações afirmativas, políticas públicas de saúde, trabalho e renda dignas que produzam novos sentidos, práticas e saberes sociais.

Mulheres negras e latinas, cis e trans no poder, em cargos de comando, respeitadas pela mídia, na política, em espaços de representatividade, sendo amadas e amando, independente da sua orientação sexual! Mulheres Latinas e Caribenhas na academia realizando pesquisas, publicando e produzindo outras narrativas, de forma a combater o epistemicídio tão vivenciado, que centraliza a produção de saberes na dita hegemonia branca-masculina-europeia. Mulheres que estão presentes nas vozes de Letícia Nascimento, Carla Akotirene, Eliane Potiguara, Pureza Lopes Loyola (Dona Pureza) e no legado de Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón (Frida Kahlo), Lélia Gonzalez, Dolores Cacuango, e tantas outras cujos nomes e vozes precisam ser exaltados.

Estamos fazendo referência a mulheres que não cabem mais em caixinhas eurocêntricas do saber e que lutam contra os mais diversos tipos de violência e opressão. Uma abordagem gestáltica que nasce questionando posturas positivistas, deterministas e reducionistas em meio aos movimentos sociais e de valorização da vida não pode se omitir diante de tantas violências, pois não podemos fingir que não fazemos parte disso.

Portanto, o dia da Mulher negra latino-americana e caribenha deve ser uma oportunidade para repercutir a necessidade de construção de ações/políticas que tornem as datas afirmativas mais do que dias comemorativos, mas de produção de rupturas em mundos/formas de pensar engessadas. O mesmo vale para a história/memória (ou a perda delas), que é um equipamento de controle usado pelas estruturas de dominação. É fundamental promover a desconstrução das estruturas de poder que perpetuam o epistemicídio, dando espaço para que as vozes e saberes das mulheres negras latino-americanas e caribenhas sejam ouvidas e valorizadas. Isso envolve a inclusão de autoras negras latino-americanas e caribenhas nas discussões acadêmicas, a promoção de representatividade em todas as áreas da sociedade e a valorização das práticas culturais das comunidades tradicionais. Somente através do reconhecimento e respeito às suas vozes e experiências é que poderemos construir uma sociedade mais igualitária e justa para todas, todes e todos.

REFERÊNCIA
Site: UFPR – SIPAD. Matéria: “Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha”
Site: As mina na História. Matéria: “20 mulheres da América Latina que você precisa conhecer”

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