Núcleos temáticos

Núcleos temáticos são espaços de reflexão e diálogos em torno de questões teórico-metodológicas propostos para fortalecer discussões presentes como fundo no campo vivencial contemporâneo.

O objetivo deste projeto é ampliar as possibilidades de atuação da Gestalt-terapia no Brasil, considerando as dinâmicas territoriais e as problemáticas estruturais de nossa sociedade, na busca de alcançar um pensamento gestaltista teórico e prático que contribua para a construção de uma psicologia comprometida com a dimensão social e política e uma sociedade mais justa.

Justificativa

Dado que as estruturas sociais influenciam nossa experiência do mundo, não apenas em casos isolados, mas de uma forma que é profundamente constitutiva de quem somos e como damos sentido ao mundo e aos outros, consideramos necessário desenvolver discussões em torno de fundamentos, conceitos e recursos metodológicos que permitam identificar estruturas sociais e históricas, analisar criticamente seus modos de funcionamento e abrir novas possibilidades de ação no campo da Gestalt-terapia.

Composição e implementação dos Núcleos

Inicialmente foram formados núcleos em torno das temáticas:

Temos a intenção de formar um núcleo envolvendo questões ambientais e outro envolvendo a problemática de classes, modelos políticos, econômicos e processos de subjetivação. Você identifica algum tema que mereça ser discutido pela comunidade gestaltica? Fale conosco e sugira.

Os núcleos são coordenados por membros da diretoria da ABG e podem contar na coordenação com participantes associados.

Na primeira etapa realizada ao longo do ano de 2021 promovemos encontros e discussões mais específicas por temáticas com convidados, buscando construir um fundo de sustentação teórico e uma matriz grupal que acolha a diversidade de perspectivas.

Em 2022, seguem-se os encontros regulares e o planejamento de atividades está em andamento, de modo participativo, por todos os componentes do núcleo.

Premissas principais

  1. Esse é um trabalho de cunho formativo que deve se dar pautado pelo cuidado e pelo respeito às diferentes perspectivas, sem perder de vista seu caráter crítico. Desse modo, as ações e propostas deverão ter consenso com a diretoria da ABG, responsável legal pela associação, cujos membros estarão comprometidos com seus próprios processos de atualização acerca das temáticas.
  2. As ações desenvolvidas serão orientadas pela noção de letramento, inspirada na proposta da antropóloga afro-americana France Winddance Twine, que formulou o conceito de “racialliteracy”, traduzido no Brasil, pela pesquisadora e psicóloga Lia Schucman. Lia traduziu o termo e promoveu discussões sobre letramento racial. Este envolve um processo formativo que busca desconstruir formas naturalizadas de pensar, sentir e agir orientadas por privilégios historicamente concedidos às pessoas brancas. O letramento, segundo Shucman,  tem várias etapas, envolvendo um processo pessoal de implicação com o problema e a habilidade de reconhecer códigos e práticas sociais, além de se apropriar de uma nova gramática.  Além das questões raciais, compreendemos que esse princípio pode se estender para as questões envolvendo relações de gênero e diversidade sexual;
  3. Ainda que os núcleos sejam distintos, as pesquisas e discussões estarão pautadas pela noção de interseccionalidade;
  4. Os estudos teóricos buscarão sempre fazer um alinhamento entre os temas e as bases teóricas da Gestalt-Terapia;
  5. A ABG buscará investir recursos na produção de material bibliográfico por meio de publicações voltadas para a comunidade gestaltica brasileira.
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